terça-feira, 16 de março de 2010

Filme retrata com realismo as guerrilhas e a libertação da Irlanda

Falar sobre historia às vezes é maçante e chato, mas quando podemos aprender assistindo a um bom filme é realmente bem divertido e empolgante. Ontem vi ao Filme “Michael Collins – O preço da Liberdade” e simplesmente amei. Tudo se encaixa em um belo cenário realista que retrata a valentia dos Irlandeses em busca de sua Independência, no início do século XIX. Foi bem legal ver a um este filme, apos conhecer Dublin, e já ter visitado alguns lugares onde aconteceram alguns movimentos nacionalistas e revolucionários.












Quem estiver interessado em saber mais sobre a luta dos Irish para conquistar a sua “autonomia” - frente à Inglaterra - vale a pena conferir esta película, dirigida pelo famoso irlandês - Neil Jordan. O filme mostra a realidade política na Irlanda a partir do levante da páscoa em 1916 ate 1922. Foi justamente neste período que aconteceram as maiores guerrilhas no País e a Irlanda conseguiu o primeiro acordo com a Inglaterra, apos cerca de 700 anos de submissão. Este tratado criou o “Estado Livre Irlandês” em 06 de Dezembro de 1921, os quais 26 condados passaram a pertencer ao “Reino Irlandês” e 06 condados continuaram sob o domínio dos Ingleses (região conhecida com Irlanda do Norte).

“Os nacionalistas irlandeses exigiam alguma forma do governo autônomo, de Grã-Bretanha, desde 1880. Esta exigência eventualmente foi concedida pelos britânicos em 1914, mas postergado pelo início da Primeira guerra mundial em agosto deste ano. Durante a guerra, diversos eventos conspiraram para descarrilar o trajeto de uma negociação próspera para um governo autônomo da Irlanda. O primeiro destes foi o Levante da Páscoa de 1916, em que os republicanos Irlandeses lançaram uma insurreição visando terminar com o domínio britânico e fundar a República Irlandesa. Fonte: Wikipédia

O Filme mostra claramente que este acordo não agradou a todos e a partir daí foi criado o Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA (Um grupo paramilitar católico e reintegralista que pretendia a separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexação à República da Irlanda).


Então, em 1922, iniciou-se uma guerra interna entre os irlandeses católicos e protestantes. A principal razão pela qual o IRA lutava era a igualdade religiosa, visto que 75% da população norte-irlandesa era protestante e o pouco que restava, católica, o que fazia com que houvesse desigualdade e preconceito entre as religiões. Como os protestantes eram maioria, decidiam candidaturas políticas e plebiscitos, entre outros, impedindo que a vontade católica se manifestasse.

Esta guerrilha somente paralisou em 2005 com o anuncio do fim da luta armada pelo IRA, mas vale ressaltar que ao longo destes anos ocorreram mais de 3 mil e 500 mortes. A guerrilha mais conhecida foi denominada “Domingo Sangrento” em 1972, imortalizada pela musica do U2 “Sunday Bloody Sunday”, que sera assunto especial em um novo post.



“O Domingo Sangrento (em gaélico: Domhnach na Fola, "Bloody Sunday" em Inglês) é o termo utilizado para descrever um massacre em Derry, Irlanda do Norte, no qual foram mortos 14 manifestantes e 26 ficaram feridos, ocorrido no dia 30 de janeiro de 1972, quando o 1° Batalhão do Regimento de Paraquedistas do exército britânico dissolveu uma manifestação pacífica a favor dos direitos civis e contra o governo da Irlanda do Norte.” Fonte: Wikipédia

Finalizando, o filme é emocionante e conta a vida de Michael Collins: patriota e revolucionário irlandês que não mediu esforços pela Independência dos Irish. Sobre ele não vou falar, pois senão o filme perdera a graça....risos. Uma dica: você poderá assisti-lo gratuitamente na internet. Eu recomendo!

Só "feras" no elenco do Filme

Liam Neeson .... Michael Collins
Ian Hart .... Joe O'Reilly
Aidan Quinn .... Harry Boland
Julia Roberts .... Kitty Kiernan
John Kenny .... Patrick Pearce
Roman McCairbe .... Thomas McDonagh
Jer O'Leary .... Thomas Clarke
Michael Dwyer .... James Connolly
Martin Murphy .... Capitão Lee-Wilson
Alan Rickman .... Eamon De Valera
Sean McGinley .... Smith
Gary Whelan .... Hoey
Frank O'Sullivan .... Kavanagh
Stephen Rea .... Ned Broy
Frank Laverty .... Sean McKeoin
Owen O'Neill .... Rory O'Connor
Richard Ingram .... Oficial britânico
Jonathan Rhys Meyers .... Jovem assasino

Principais prêmios e indicações
Oscar 1997 (EUA)
Recebeu duas indicações, nas categorias de melhor fotografia e melhor trilha sonora - drama.
Globo de Ouro 1997 (EUA)
Recebeu duas indicações, nas categorias de melhor ator dramático (Alan Rickman) e melhor fotografia.
BAFTA 1997 (Reino Unido)
Recebeu duas indicações, nas categorias de melhor ator coadjuvante (Alan Rickman) e melhor fotografia.
Festival de Veneza 1997 (Itália)
Ganhou o Leão de Ouro e o Volpi Cup de Melhor Ator (Liam Neeson).

Neil Jordan – Diretor do Filme

Neil Jordan nasceu na Irlanda em 25 de fevereiro de 1950. Fez filmes em sua terra natal, já trabalhou com astros de Hollywood e atingiu o amadurecimento artístico com o sensível drama romântico "Fim de Caso", que ganhou duas indicações no Oscar 2000: melhor fotografia e melhor atriz (Julianne Moore). Jordan começou no cinema, no início dos anos 80, como roteirista-assistente de "Excalibur" (1981). Um ano depois, estreou como diretor em Angel, estrelado por Stephen Rea, uma espécie de alter ego do cineasta, com quem já trabalhou diversas vezes. Do drama ao terror, Jordan concebeu o aterrorizante "Na Companhia dos Lobos" (1984). Depois de mostrar "Mona Lisa" (1986) no Festival de Cannes, o cineasta passou a ser notado pela crítica. Não demorou muito para ser chamado por Hollywood. Nos Estados Unidos, fez "Não Somos Anjos" (1989) - estrelado por Robert De Niro e Demi Moore -, um fiasco de público. Decidido a retomar seus projetos pessoais, Jordan voltou à Irlanda onde filmou "Traídos pelo Desejo" (1992). Sucesso total! O filme conquistou seis indicações no Oscar, incluindo melhor roteiro (de sua autoria) e direção. Possibilitou também a concretização de um sonho: adaptar "Entrevista com o Vampiro", best-seller de Anne Rice, para a telona. No elenco, Tom Cruise, Brad Pitt, Antonio Banderas e, claro!, Stephen Rea. De lá para cá, ele tem conciliado em sua eclética carreira fitas comerciais (como o terror "A Premonição", de 1999) a projetos autorais, caso do excepcional "Nó na Garganta" (1997), filmado na Irlanda, sua terra natal.-por Miguel Barbieri

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